domingo, 26 de fevereiro de 2012

O mês pequeno na Quinta.

Com todos os trabalhos que são necessários realizar numa quinta o mês de Fevereiro foi um ''inferno'' de actividades. Este mês nem tempo tive para fazer o simples registo de actividades, no entanto espero compensar os caros leitores com um breve resumo.


03-02
O mês começou com a reforma do equipamento do viveiro de plantas. 

Equipamento obsoleto
Equipamento adquirido para o viveiro





O composto de germinação tive de comprar por falta de tempo, enfim só tenho pena de não encontrar este produto português, no entanto é fundamental usar este composto na germinação, pois quando é necessário transplantar a planta o mesmo não se desfaz.


04-02 a 10-02
De seguida foram os trabalhos de fumeiro e salga...importa referir que os trabalhos no fumeiro estão concluídos.


Depois veio o processo de colocação do lombo do porco em conserva, ou seja, primeiro o encalamento e depois o depósito da carne em azeite e num pote de barro.

Enquanto isto, a rega não parou devido à seca e foi então tempo para reforçar o imobilizado da Quinta.

Depósitos de 1000 litros 

Bomba para regas.

07-02 a 12-02
Ainda no início do mês realizou-se a lavoura para a sementeira da batata e a correcção de solos com incorporação de adubos orgânicos. Assim como a tarefa de partir a batata de semente.




A sementeira da batata foi o próximo passo. 


Houve ainda tempo para podar o Olival (o olival da Quinta e o Olival da partilha de trabalhos).


Na partilha registei ainda a dádiva de Malvas a amigos agricultores que conhecem os benefícios desta planta. 


Malva
Fiz ainda alguns achados curiosos na Quinta.
Fósseis encontrados nas lavouras

Pedra encontrada numa parede da Quinta



Foi ainda tempo para obras.





Huff, este era o meu estado a meio do mês.

O alho comum está um pouco atrasado no entanto (tendo em conta a seca) está com óptimo aspecto.


A Alface de Inverno está quase no final de cultura, este ano foi complicada esta cultura, durante todo o Inverno (até agora) tivemos sempre de efectuar rega controlada.



As Beterrabas também começaram a despontar  este mês.

18-02
A limpeza do Loureiro foi um trabalho difícil, para que o caro leitor possa fazer ideia, do local onde tirei esta foto não conseguia ver o Loureiro. 


O cebolo está também a progredir.

O Alho-francês é uma cultura que também ficou nos hábitos da Quinta.

Até os Morangueiros já começam a florir.


As Nêsperas começam a ganhar forma. 


Em busca da sustentabilidade o Sistema Solar que há cerca de dois anos instalei na Quinta é uma grande mais valia em termos de produção energética. Hoje dia nublado e com temperatura média (no  período solar) de 16 graus, ou seja, dia com pouco sol mas foi o suficiente para manter 300 litros de água acima dos 50 graus, compensando ainda a utilização normal do dia-a-dia.



Quando há futebol e ando Quinta em actividades esta é a minha Sportv.


Foi um mês pequeno mas deu para muito, deu até para continuar o meu projecto de preservação ambiental. Na Quinta existem muitos Ouriços e com esta seca eles começam a aparecer com fome..pois alguns não atingiram tamanho suficiente para hibernar grande parte do Inverno. Então este pequeno, veio comer umas febras de peru e voltou para o seu habitat natural de barriga cheia.




''Depois da matança acaba a bolota'' - O MONTADO


O maior Sobreiro da Quinta.


Todos os anos os porcos da quinta deliciam-se com as bolotas produzidas  pelo pequeno montado que existe na quinta, são poucos Sobreiros mas produzem uma quantidade significativa de Bolotas e são admirados por mim não só pela sua beleza no seu enquadramento paisagístico mas também pela árvore singular que é. O montado da Quinta é 100% sustentável e por isso também 100% orgânico.



A GENEROSIDADE DE UM PEQUENO SOBREIRO.

Agrometeorologia na Quinta

Depois da discussão literária voltamos então à aprendizagem agrícola. Na Quinta o clima é um factor determinante da boa ou má produção. As noções básicas que já tenho nesta altura já fizeram a Quinta evoluir de patamar e adoptar um novo estilo agrícola. Sempre que lançamos sementes à terra devemos ter em conta vários factores relacionados com o clima, aliás a maioria das tarefas agrícolas estão intrinsecamente ligadas ao clima. Assim a informação agro-metereológica é da maior importância para o planeamento das actividades agrícolas e para a tomada de decisões.


A sementeira da batata ocorreu a 11 de Fevereiro e foi um risco que decidi correr, pois já sabia que as previsões apontavam para um mês de Fevereiro muito seco, no entanto não podemos realizar todos os projectos só quando temos a certeza dos seus resultados e por vezes é necessário arriscar. No entanto abortei a cultura da aveia baseado nas previsões de seca e foi uma aposta ganha, pois se a semente tivesse ido para a terra teria perdido a cultura e a semente.


As reservas de água encontram-se a cerca de 20% e a alface de inverno só cerca de metade vai ser colhida para alimentação humana.


A cultura que tem resistido mais a esta seca tem sido o alho-comum.