Já há muito que avisto Ouriços Cacheiros na Quinta; já cheguei mesmo a criá-los á cerca de 6 anos (tinha-os na propriedade para afugentar outros roedores); no entanto nunca tinha encontrado em estado selvagem um Ouriço tão pequeno a vaguear em busca de comida; neste momento já conheço os locais de habitação e hibernação desta família de Ouriços....já agora quero dar o mérito a quem o merece: quem localizou esta beleza da natureza foi a minha cadela Kika (outra beleza natural) com o seu faro apurado.
Se fosse numa zona montanhosa este pequeno Ouriço devia ser retirado da natureza para poder sobreviver, no entanto nas zonas amenas de Coimbra eles conseguem sobreviver ao período de hibernação mesmo tendo menos de 500g; assim sendo devolvi-o ao seu habitat natural.
Esta é a progenitora e anda-me a roubar o tomate cereja e outros legumes mas em troca afugenta ratos e toupeiras com o seu odor por isso fico muito grato a esta familía de Ouriços e até adiei uma obra que pretendo fazer no sentido de poupar a sua hibernação... felizmente na noite de 15-11 descobri que eles tem várias tocas possíveis para hibernarem e assim fico mais tranquilo.
Bloco de notas da quinta:
ESTATUTO DE CONSERVAÇÃO
Em Portugal é considerada uma espécie não ameaçada. Está incluída no Anexo III da Convenção de Berna, onde se incluem as espécies em menor risco (subcategoria - menor preocupação).
Apesar de não ser a presa principal de nenhum predador, e da sua cobertura espinhosa ser um forte dissuasor de qualquer ataque, há todavia alguns factores de ameaça para este insectívoro. O ouriço é por vezes capturado por raposas, mochos e corujas, águias e toirões. O texugo, devido às suas fortes e compridas garras, tem alguma facilidade em penetrar na cobertura espinhosa, capturando assim alguns ouriços, principalmente os mais jovens. Outra causa importante de mortalidade para a espécie são os atropelamentos (a maioria de nós já viu um ouriço morto na beira da estrada), principalmente durante o Verão, quando os animais estão mais activos. Os pesticidas utilizados na agricultura afectam espécies de que o ouriço se alimenta e são também responsáveis por alguma contaminação directa. Para os animais que habitam os nossos jardins, o uso de máquinas de cortar relva e alguns tipos de lixo podem, igualmente, causar a morte a alguns indivíduos.
HIBERNAÇÃO
Quando o alimento escasseia, e a descida da temperatura torna incomportável a manutenção da temperatura do corpo, o ouriço hiberna. No nosso país só o fazem os animais que vivem em zonas de maior altitude, de clima marcadamente continental. Como já foi referido, antes de hibernar, os animais terão que engordar para ter energia suficiente para o período de hibernação, durante o qual ocorrem uma série de alterações: os indivíduos ficam frios ao toque, tendo a sua temperatura diminuído de 35ºC para 9ºC; ficam imóveis; a respiração pára durante longos períodos de tempo (respiram 1 a 10 vezes por minuto); o ritmo cardíaco passa de 190 para 20 batimentos por minuto; o funcionamento dos órgãos internos é reduzido de modo a poupar energia. Estando mais vulnerável a predadores enquanto hiberna, o ouriço escolhe cuidadosamente o local para o fazer, construindo um ninho em buracos, em troncos de árvores, no solo ou em rochas. Os abrigos fornecidos pelas construções humanas são também do agrado da espécie.