domingo, 25 de setembro de 2011

PAIXÃO PELO NÉCTAR DE DIONISO


O mês de Setembro na quinta não é o mês cinzento de fim de férias (como já referi neste blog); muito pelo contrário, é um mês de super ocupação e partilha de trabalhos que resulta na Festa das Vindimas; desde o dia dez que andamos nesta azáfama típica da nossa terra. Cada vindima tem uma espécie de boda no final, ou seja, cada um dos anfitriões convida a família e os amigos para participar na colheita da uva e no final como forma de gratidão oferece uma boda com uma cozinha resultado da sua própria pecuária...já agora esta boda é também muito bem regada com vinhos de qualidade de anos anteriores..na verdade estas bodas por vezes são mais abundantes do que algumas bodas matrimoniais.


As vindimas são uma autêntica romaria de tractores carregados de ''poceiros'' cheios de uva de extrema qualidade cuidada ao longo de todo o ano; esta romaria vai resultar em inúmeras abundâncias de produtos (vinhos, licores, aguardentes, passas, entre outros). As famílias mais simples que partilham trabalhos são as que juntam mais pessoas nestes dias. Por exemplo a vindima de dia 24 juntou cerca de 50 pessoas em cerca de 30 veículos.


A  Quinta da Fonte Coberta está a ultimar a adega e já não vai a tempo das vindimas; mas (resultado da partilha) vamos receber o engaço de uma adega amiga e por isso na Quinta da Fonte Coberta vai-se a tempo de  ainda produzir aguardente.


Portugal é um dos mais tradicionais produtores de vinho do mundo, que é o seu mais importante produto agrícola. Possui 11 regiões demarcadas, sendo as principais as do Dão, Douro, Bairrada, Bucelas e Colares, Alentejo, Verde, Porto e Madeira, os dois últimos fortificados. Há ainda 33 regiões chamadas IPR (Indicação de Proveniência Regulamentada), categoria um pouco inferior aos DOCs (Denominação de Origem Controlada). A região do Porto é uma das mais antigas regiões demarcadas do mundo, tendo adquirido este status em 1756, por decreto do Marquês de Pombal.

A Quinta da Fonte Coberta insere-se na região DOC Bairrada e possui produtores muito experientes, que não se preocupam em produzir vinhos em quantidade mas sim vinhos de qualidade muito procurados por serem de castas antiquíssimas e possuírem um aroma e grau óptimos que conjugados resultam num vinho aromático e longo ao inicio, suave e elegante no acompanhamento de pratos de caça e queijos aromáticos, forte e presente no acompanhamento de pão de alho regado com azeite e  presunto de cura lenta; o final é requintado, lento, leve, grande no aroma e macio quando acaba.... enfim é um néctar divino indescritível...só Dioniso e o nosso Deus o saberão caracterizar plenamente.


Há duas expressões importantes nos rótulos dos vinhos portugueses: Reserva e Garrafeira:   



  • Reserva indica que o vinho tem mais meio grau de álcool que o similar tradicional. Em geral as vinícolas seleccionam vinhos melhores para serem vendidos como Reserva, o que indica uma qualidade superior. 
  • Já o Garrafeira indica que o vinho, além de envelhecido na adega, também foi envelhecido na garrafa antes de ser comercializado. Os vinhos de Portugal são, em geral, produzidos a partir de castas autóctones, ou seja, originárias da própria região, e possuem nomes bem interessantes, tais como Tinta Cão, Rabo de Ovelha, Rabigato e Esgana Cão.




AS CASTAS
Uvas para vinhos tintos


Aglianico - Apresenta grande concentração de taninos e acidez, própria para envelhecimento.
Encontrada no Sul da Itália, principalmente em rótulos de Campania e Basilicata.
País: Itália.

Alicante Bouschet (garnacha tintorera) - Fruto do cruzamento da grenache com petit verdot realizado pelo francês Luis Bouschet de Bernard e seu filho Henri em 1866, esta variedade é mais indicada quando misturada a outras uvas. Em Portugal, na região do Alentejo, é uma importante uva na composição de certos vinhos, onde dá um dá aromas de menta e eucalipto. Confere longevidade e cor ao vinho.
Países: França, Portugal (Alentejo) e Espanha

Baga - É a principal uva da região portuguesa da Bairrada e produz vinhos bastante adstringentes. Mas bons produtores, como Luis Pato, vinificam exemplares refinados e ricos de aroma e sabor.
País: Portugal (Bairrada)

Barbera - A mais popular da uvas do Piemonte, norte da Itália é ao lado da sangiovese a variedade mais cultivada do país. Dá tantos vinhos leves do dia-a-dia como exemplares escuros e frutados, com alta acidez e concentração e boa capacidade de envelhecimento. Países: Itália (Piemonte), Estados Unidos (Califórnia) e Argentina.

Bonarda - Outra variedade típica do Piemonte, na Itália. Seu nome completo é Bonarda Piemontese. Produz vinhos leves, frutados, melhor quando bebidos jovens. Também foi muito utilizada na Argentina para produção de vinhos do dia-a-dia para consumo interno.
Países: Itália e Argentina

Cabernet Franc - Terceira uva tinta mais importante de Bordeaux (Pommerol e Saint Emilion), é mais leve e com menos taninos que a cabernet sauvignon e amadurece mais cedo. É muito usada no corte com outras uvas. Na região do Loire dá vinhos mais herbáceos, onde é conhecida como Breton. É a uva principal do insensado e caro Château Cheval Blanc.Países: França (Bordeuax, Loire), Argentina, Austrália, Estados Unidos (Califórnia) e Nova Zelândia

Cabernet Sauvignon - A mais clássica e conhecida das variedades de vitis vinífera, base do corte usado nos grandes vinhos de Bordeaux (Latour, Mouton-Rothshild, Lafite, Latour, Margoux etc). É uva mais difundida em todo o mundo e responsável pelos melhores rótulos do planeta. Tem amadurecimento tardio e produz tintos secos de semi-incorpados a incorpados; tânico quando jovem, garante um melhor envelhecimento da bebida na garrafa e a passagem pelo barril de carvalho pode aparar suas arestas. Tem um amplo espectro de aromas: frutas vermelhas, café, chocolate geléia e tabaco, quando envelhecidos. No Chile tem uma característica mais mentolada. Enriquece quando misturada à merlot, cabernet franc, shiraz, petit verdot ou malbec. Na Austrália geralmente é mesclado ao shiraz. Produz os melhores tintos do Brasil e do Chile.
Países: França (Bordeaux), Estados Unidos (Califórnia), Chile, Argentina, Austrália, África do Sul, Itália e Brasil.

Carignan (cariñena, mazuelo) - Originária do norte da Espanha é das espécies mais cultivadas na França, particularmente na região de Languedoc-Roussillon. Normalmente é misturada com a grenache e a cinsault, e resulta em vinhos mais comuns, de mesa, de cor escura e forte teor de álcool.
Países: França (Languedoc-Roussillon), Espanha, Estados Unidos (Califórnia)

Carmenère - Originária de Bordeaux, hoje é uma uva praticamente só cultivada no Chile, onde não se adaptou melhor do que na França. Até a década de 90 era confundida com a merlot - um exame de DNA esclareceu a confusão. É usada tanto para vinhos de corte como em varietais chilenos. É mais escura que a merlot e de taninos macios.País: Chile

Cinsault (espagne, hermitage, malaga) - Cepa encontrada principalmente na região de Languedoc-Roussilon, na França. Ali é associada à grenache e à carignan, e produz bebidas leves e pouco aromáticas. Na região do Rhone, a mesma uva com melhores cuidados produz vinhos mais concentrados e aromáticos. No Líbano, é responsável pelo emblemático Château Musar.
Países: França, Espanha, África do Sul e Líbano

Dolcetto - Uva italiana que apesar do nome não é doce. Vinificadas resultam em rótulos suaves do Piemonte, próprio para o dia-a-dia, com alta acidez e que devem ser bebidos ainda jovens. Na região do Piemonte, melhor tratada, a uva é envelhecida em barris de carvalho e resulta em líquidos mais ricos e complexos.
País: Itália, Arrentina e Austrália



Fernão Pires -A Fernão Pires é uma das castas brancas mais plantadas em Portugal. É mais cultivada nas zonas do centro e sul, especialmente na zona da Bairrada (onde é conhecida por Maria Gomes), Estremadura, Ribatejo e Setúbal. A casta Fernão Pires tem uma maturação muito precoce, por isso é uma das primeiras castas portuguesas a ser vindimada. Além disso, sendo muito sensível às geadas, desenvolve-se melhor em solos férteis de clima temperado ou quente. Esta casta possui um bom teor alcoólico e uma acidez baixa ou média, por isso os vinhos produzidos ou misturados com esta casta têm intensos aromas florais.
País: Portugal (Bairrada)

Gamay - É a uva usada na produção do Beaujolais, um vinho mais leve, produzido nesta região da Borgonha, para ser bebido bem jovem. Os rótulos mais conhecidos são de Beaujolais Noveau, que são lançados todo mês novembro. Mas há rótulos de maior qualidade, com capacidade de envelhecimento, os chamados Cru Beaujolais. Os aromas de morango, cereja e banana são característicos do vinho produzido com a uva gammay.País: França (Borgonha)

Grenache (garnacha) - Apesar de ser uma uva muito cultivada no mundo é pouco vista em rótulos de garrafas pois é usualmente misturada. É presença fundamental do renomado Châteauneuf-du-Pape e na maioria dos vinhos do Rhône. 
Países: França (Rhône), Espanha, Austrália, Itália e Estados Unidos.

Lambrusco - Uva tinta cultivada em toda a Itália, em especial na região da Emilia-Romana. Há mais de sessenta subvariedades conhecidas. Apesar de também produzir bons vinhos de denominação de origem, é mais conhecida no Brasil pelos vinhos frisantes, semi-doces e baixo teor alcoólico e que devem ser bebidos jovens.
País: Itália

Malbec - Originária de Bordeaux, onde é muito tânica, e usada somente misturada a outras cepas, esta uva se tornou emblemática na Argentina, onde é responsável pelos melhores vinhos tintos produzidos no país, de cor escura, denso e aromas florais. Começa a render alguns rótulos no Chile também.
Países: França, Argentina e Chile

Merlot - Similar à cabernet sauvignon, entretanto mais suave, tem sabor mais macio, menos tanino e aromas mais frutados. Tem uma maturação mais fácil e rápida que sua parceira cabernet. Pode desenvolver aromas de chocolate e frutas vermelhas maduras quando colhidas com a maturação correta. Base de grandes vinhos do Pomerol, como o famoso Château Petrus. Na Califórnia, nos Estados Unidos, também rendeu grandes exemplares. Também muito usado no Novo Mundo e plantada em várias partes do planeta onde se faz vinho.
Países: França (Bordeaux), Norte da Itália, Estados Unidos, Chile, Austrália, Nova Zelândia, Argentina, Brasil.

Montepulciano - Variedade cultivada por toda Itália, com maior destaque na região central. Produz vinhos mais rústicos e é muito usada junto à sangiovese. Não deve ser confundida com a cidade da região da Toscana de mesmo nome, que produz o famoso Vino Nobil di Montepulciano, que aliás é feito a partir da uva sangiovese.
País: Itália

Mourvèdre (monastrell e mataro) - Uva típica do Sul da França, mas também muito cultivada na Espanha. É um pouco tânica e tem um toque animal. Geralmente é misturada a outras uvas, como shyrah, grenache e cinsault. Ajuda a dar cor e estrutura ao vinho. Bastante utilizada na Provence, na França, e na Rioja e Penedès, na Espanha.
Países: França, Espanha e Austrália

Nebbiolo - Nebbia em italiano significa névoa, uma característica do clima da região onde esta variedade é cultivada, nos montes de Alba e Monforte. Resulta no nome da uva que produz os melhores e mais valorizados tintos italianos: Barolo e o Barbaresco. São bebidas intensas, frutadas, bastante tânicas, de aromas complexos (florais, frutas, trufas e até piche!) e com alta acidez, o que torna obrigatório o envelhecimento em barris de carvalho para aparar as arestas. Melhora com os anos e acompanhado de um prato de comida mais forte.
País: Itália

Nero d'Avola - Cepa típica da região de Sícilia, no Sul da Itália. Produz vinhos de qualidade, escuros, densos e com potencial de envelhecimento.
País: Itália 

Periquita (castelão português, castelão francês) - Plantada no sul de Portugal, dá vinhos de boa estrutura, que envelhecem bem; é também a marca do popular tinto lusitano mais exportado para o Brasil.
País: Portugal

Petit verdot - Variedade típica da região de Bordeaux, na França. Dá sabor, cor e taninos ao corte bordalês.
País: França (Bordeaux)

Pinot Noir (pinot nero) - Uva típica da Borgonha, produz os vinhos mais admirados pelos enólogos e enófilos do mundo. Sua qualidade está ligada diretamente ao terroir onde está plantada. É uma uva de difícil de cultivar e vinificar e pode gerar tanto tintos inexpressivos como muito complexos. São vinhos de coloração clara para média com relativo baixo tanino e acidez. Os grandes pinot noirs têm aroma intenso, complexo e sensual, e evoluem muito bem na garrafa. Os exemplos mais clássicos são os renomados (e caros) vinhos de Romanée-Conti, Volnay, Clos de Vougeat e outros tantos da Borgonha. Menos feliz em outras regiões do mundo, tem apresentado algum sucesso no Chile com preços bem mais acessíveis. A pinot noir também faz parte da receita que compõem os vinhos da Champagne.
Países: França (Borgonha, Champagne), Chile, Itália, África do Sul.

Pinotage - Uva criada da África do Sul, surgida em 1920, do cruzamento entre a pinot noir e a cinsaut realiazada pelo professor Perald. Pode resultar num vinho muito frutado (banana, frutas vermelhas) e capaz de envelhecer bem em barris de carvalho. Os exemplares mais simples lembram borracha queimada e são muito rústicos.
País: África do Sul 

Sangiovese - Trata-se da variedade mais plantada na Itália, é a base dos grandes vinhos da Toscana - Chianti, Brunello di Montalcino e Vino Nobilo de Montpulciano. O nome significa o sangue de Júpiter. É uma cepa de amadurecimento tardio, bem ácida, tânica e frutada.
Países: Itália, Estados Unidos e Argentina

Syrah/Shiraz - Uva do Rhone, na França, que resulta vinhos de coloração intensa, bem encorpados e aromáticos e na boca evocam frutas vermelhas (amoras). Na Austrália, com o nome de Shiraz, dá exemplares tânicos, apimentado e de boa maturação. É responsável pelos grandes rótulos deste país.
Países: França (Rhône), Austrália, África do Sul e Argentina

Tannat (mandiran) - Uva do sudoeste da França, hoje é a variedade emblemática do Uruguai, altamente tânica e com perfume de amora e framboesa. Bons produtores têm domado o tannat no Uruguai e bons rótulos têm surgido no mercado.
Países: Uurguai e França.

Tempranillo (tinto fino, cencibel, tinta roriz aragonês) - A mais importante uva de qualidade da Espanha, cultivada nas regiões de Rioja e Ribeira del Duero. Usualmente misturada à garnacha e mazuelo. Dá um vinho colorido, com baixa acidez, pouco tânico e que envelhece bem no carvalho que lhe confere aromas de tabaco.
Países: Espanha, Portugal e Argentina

Touriga francesa - Mais leve que a touriga nacional, também é parte da receita do vinho do Porto. Usado ainda em tintos secos de mesa da região do Porto.
País: Portugal

Touriga Nacional - Uva autócne superior, presente em vinhos portugueses; encorpado, de cor forte, sabor intenso e muito tânico é típico da região do Douro. Usada na receita do vinho do Porto, também é uma uva que produz varietais com muita tipicidade.
Países: Portugal e Austrália


Zinfandel (primitivo) - Produz tintos secos com muito colorido e frutado, com notas de pimenta e sabor que lembra groselha preta. Uva característica dos vinhos da Califórnia, apesar de ser originária do sul da Itália, onde tem o nome de primitivo.
Países: Estados Unidos (Califórnia), 


Uvas para vinhos brancos



Segundo estudiosos há 24.000 nomes para as mais de 3.000 variedades de uvas viníferas. Destas 150 são plantadas comercialmente em quantidades mais significativas. A lista abaixo descreve as cepas mais conhecidas que produzem os vinhos encontrados no Brasil e em Portugal.

Alvarinho (ou Albariño, na Espanha) - Responsável pela produção na região do Minho, em Portugal, do vinho verde, que tem este nome pois deve ser tomado ainda jovem, isto é "verde". É uma uva que confere boa acidez, aroma e certa efervescência ao vinho.
Países: Portugal (vinho verde), Espanha

Chardonnay - Uva branca fácil de cultivar e vinificar. Está espalhada em todo o mundo. É usada na produção de clássicos de alta qualidade e reputação na Borgonha, como Chablis, Montrachet e Poully-Fussé, além de ser um importante ingrediente do campanhe. Por não ser uma uva aromática, a passagem pelo barril de carvalho lhe confere maior complexidade em algumas regiões, principalmente do Novo Mundo, onde mostra um toque amanteigado e tostado. 
Países: França (Borgonha), Estados Unidos (Califórnia), Austrália, Nova Zelândia, Chile, África do Sul, Argentina, Brasil

Chenin Blanc (steen) - Variedade do Loire central, na França, de aroma floral, dá vinhos secos ou doces - neste caso, quando são atacadas pela podridão nobre, que lhes confere maior teor de açúcar. 
Países: França (Loire), EUA, África do Sul (conhecida como steen), Austrália e Nova Zelândia.

Países: França e Austrália

Clairette (clairette blanc) - Uva branca cultivada no sul da França. É uma das variedades autorizadas no vinho tinto Châteauneuf-du-pape e brancos Côtes-du-Rhone. Na Austrália é conhecida como blanquette

Furmint - Os renomados grandes vinhos doces Tokay, da Hungria, são feitos desta variedade. Sua fina casca facilita a ação do fungo Botrytis cinerea, que aumenta o teor de açúcar à uva.
Países: Hungria, Eslováquia, Croácia e Romênia 

Gewürztraminer - Em alemão significa "especiarias". Produz vinhos brancos ricos, de cor amarelo-ouro e aroma intenso (rosas, canela e gengibre). Encontrou seu melhor solo na região francesa da Alsácia, mas também é encontrada na Alemanha e outras regiões de clima frio.
Países: França (Alsácia), Alemanha, Itália, Chile, África do Sul, Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia.

Malvasia - Das mais antigas uvas brancas que se conhece (cerca de 2.000 anos). Apesar de produzir vinhos secos no sul da Itália, se notabilizou pelo vinho fortificado que produz em Portugal (Madeira).
Países: Portugal, Itália e Espanha.

Muscadelle - Típica variedade de Bordeaux, na França, usada principalmente para vinhos doces produzidos em Barsac e Sauternes. Como é muito aromático, é usado em pequenas quantidades quando misturados a vinhos doces baseados das uvas sémillon e sauvignon blanc.
País: França

Muscat (Moscato e Moscatel) - Plantada no mundo todo é própria de vinhos doces perfumados. É a única uva vinífera que preserva os aromas de uva no vinho e talvez uma das espécies mais antigas ainda cultivadas. Usada para vinhos secos na Alsásia e para espumantes do tipo Asti Espumante e Moscato Bianco.
Países: França (Alasácia), Portugal, Espanha e Itália

Palomino - Principal uva do vinho fortificado do Sul da Espanha, xerez.Países: Espanha, Estados Unidos e Austrália

Pedro Ximenez - Outra variedade do sul da Espanha utilizada nos vinhos fortificados xerez, como o Olorosso.
País: Espanha 

Pinot Blanc (pinot bianco)- Esta uva dá vinhos leves, secos, frutados, para beber jovem, principalmente aqueles produzidos na Itália. Original da Borgonha, na França sua base é a Alsácia.
Países: França (Alsácia), Itália, Áustria e EUA

Pinot Gris (tokay d'Alsace, pinot grigio) - Da família pinot noir, resulta em vinhos brancos leves, jovens e secos na Itália e mais ricos e perfumados, na região francesa da Alsácia.
 Países: França (Alsácia), Itália, Alemanha, Hungria e Nova Zelândia

Prosecco - Encontrada na região de Vêneto, na Itália, é responsável pela produção de espumantes frescos, frutados, com pouco acidez e paladar. Não se trata, portanto, de uma região, como muita gente pensa, mas de uma uva, usada por este espumante que se difundiu por todo o mundo.
Países: Itália, Brasil

Riesling - Junto com a Chardonnay é considerada a melhor uva branca do mundo. Produz vinhos com acidez elevada e teor alcoólico baixo (8ºC). Os melhores riesling são encontrados na Alemanha e produz vinhos de grande qualidade que é metido pelo seu teor de açúcar. Aromas delicados e florais. Países: Alemanha, Áustria, Austrália, Nova Zelândia, França (Alsácia) e EUA.

Sauvignon Blanc - Tem acidez aguda, fresco, aspectos minerais e bastante frutados no Novo Mundo. Mantém a limpidez pois raramente fica impregnada de carvalho. Na França, alcança melhores resultados em rótulos da região do Loire. É misturada com Sémillon em Bordeaux. Também é parte da composição dos vinhos doces de Sauternes e Barsac. Na Nova Zelândia, encontrou o solo ideal para produção de vinhos que colocaram o país no mapa do mundo do vinho.Países: França (Loire, Bordeaux), Nova Zelândia, Chile, Áustria e África do Sul.

Sémillon - Tanto vinhos brancos secos de Bourdeaux como vinhos doces da região de Sauternes, na França, usam esta variedade (como o Château D'Yquem, 4/5 de sémillon e 1/5 de sauvignon blanc). Varia sua característica de acordo com a região que é cultivada: aromas cítricos e adocicado em Bordeaux e amanteigado e com grande potencial de envelhecimento na AustráliaPaíses: França (Bordeaux), Austrália Nova Zelândia, África do Sul, EUA

Tocai (friulano) - Variedade branca cultivada na região italiana de Friuli-Veneza, que produz vinhos encorpados e elegantes. Não há qualquer relação da uva Tocai com os renomados vinhos húngaros doces Tokay (produzidos com a cepa furmint. Ver verbete acima).País: Itália

Trebbiano - Produz vinhos brancos mais comuns e sem personalidade na Itália. É plantada extensivamente em todo o país. Usada no corte com outras uvas para a composição de vinhos. Com o nome de ugni blanc e saint-émilion é muito usada na produção de conhaque e armagnac, na França.
 Países: Itália, França, África do Sul e Austrália

Viognier - Uva que produz vinhos brancos secos e com toques florais, bastante perfumado. De origem francesa, vem sendo redescoberta nos últimos anos. Produz vinhos muito ricos e refrescantes, para serem bebidos jovens. 
Países: França, Austrália, África do Sul e Argentina


GLOSSÁRIO DO VINHO

  
  ACIDEZ - essencial para a vida e vitalidade de todos os vinhos. Num vinho de mesa seco e equilibrado deve estar entre 0,6% a 0,75% do volume.
  ACIDEZ FIXA - compreende ácidos encontrados nas uvas mais os produzidos durante a fermentação.
  ACIDEZ TOTAL - combinação de acidez fixa com acidez volátil.
  ACIDEZ VOLÁTIL - consiste principalmente de ácido acético.
  ACIDO TARTÁRICO -ácido natural do vinho. Pode formar cristais inofensivos na garrafa ou na rolha, principalmente em vinhos brancos mantidos à baixa temperatura.
  AÇÚCAR RESIDUAL - quantidade que sobra após a fermentação terminar de forma natural ou artificial, expressa em gramas por litro.
  ADSTRINGÊNCIA - sensação de boca seca ou "amarrada", como aquela causada por frutas ainda verdes. É um fenómeno que causa a contração das mucosas.
  AERAÇÃO - exposição do vinho ao ar ambiente. O mesmo que deixar o vinho "respirar".
  AFINAMENTO - técnica para clarificação dos vinhos usando bentonita, gelatina ou clara de ovos. São agentes que aglutinam as partículas em suspensão, sedimentando-as.
  ÁLCOOL - no vinho, é o etanol ou álcool etílico. É um composto químico formado pela ação de leveduras no açúcar das uvas durante a fermentação.
  ÁLCOOL POR VOLUME - nível de álcool num vinho, expresso em porcentagem numérica do volume.
  AMPELOGRAFIA - ciência que estuda as vinhas e variedades das cepas.
  ANTOCIANOS - compostos fenólicos responsáveis pela cor vermelha e púrpura dos vinhos jovens.
  AROMA PRIMÁRIO - sensação olfativa que lembra uvas frescas e maduras.
  AROMA SECUNDÁRIO - sensação olfativa resultante da fermentação.
  AROMA TERCIÁRIO - também chamado bouquet, é a sensação olfativa que o vinho desenvolve depois de engarrafado e envelhecido.
  AVA - American Viticultural Area - denominação oficial nos Estados Unidos para áreas vitícolas geograficamente delimitadas (exemplo: Napa Valley).
  BLANC DE BLANCS - significa vinho branco feito de uvas brancas.
  BLANC DE NOIRS - significa vinho branco feito de uvas tintas.
  BODEGA - equivalente espanhol para vinícola.
  BOTRYTIS CINEREA - um fungo benéfico e até desejável que ataca as uvas sob certas condições climáticas. Elas perdem a água e concentram açúcar e ácidos.
  BOUQUET - ver Aroma Terciário.
  BRIX - unidade de medida do conteúdo de açúcar da uva, indicando o grau de maturação. Outras unidades são denominadas Oechsle e Baumé.
  BRUT - termo reservado para espumantes, significando seco.
  CAVA - vinho espumante espanhol produzido pelo método champenoise.
  CHAPTALIZAÇÃO - adição de açúcar ao mosto afim de elevar o teor alcoólico do vinho.
  CHÂTEAU - este termo, seguido de um nome próprio, eqüivale em Bordeaux à uma propriedade destinada à produção de vinhos.
  CLARET - um termo usado na Inglaterra para identificar vinhos tintos de Bordeaux.
  CLOS - vinhedo ou grupo de vinhedos fechados por muros.
  CORPO - a impressão de peso ou plenitude na boca, resultado da combinação de álcool, glicerina e açúcar.
  CRÉMANT - refere-se a vinhos espumantes com menor pressão e espuma mais cremosa.
  CRIANZA - Reserva e Gran-Reserva - são termos que indicam, em ordem ascendente, o tempo de maturação de vinhos espanhóis no carvalho e na garrafa.
  CRU- um vinhedo específico ou zona delimitada com aptidão para produzir um vinho de características particulares e originais.
  CRU BOURGEOIS- são Châteaux de Bordeaux de uma notoriedade menor que os grands crus. No Médoc, distinguem-se os crus bourgeois e crus bourgeois supérieurs.
  CRU CLASSÉ - propriedade classificada com um grau de excelência estabelecido em 1855, posteriormente revisado e ampliado. É chamada classificação do Médoc.
  CUVÉE - designa um lote de vinhos cuja identidade deve ser diferenciada e precisa.
  DECANTAÇÃO - passagem lenta do vinho da garrafa para um outro recipiente chamado decanter. Serve para separar eventuais sedimentos do vinho ou para aeração.
  DENOMINAÇÃO DE ORIGEM - sistema oficial adotado por vários países para garantir a origem e qualidade dos vinhos (exemplos:, AOC, DO, DOC, DOCG, IPR, VDQS, VR, etc.)
  DIÓXIDO DE ENXOFRE - ou anidrido sulfuroso (SO2). Composto químico adicionado no processo para evitar a oxidação do vinho. Tem também propriedades anti-sépticas.
  DOMAINE - propriedade destinada à produção de vinhos, com vinhedos de um ou vários donos.
  ENÓFILO - pessoa que aprecia e estuda os vinhos.
  ENÓLOGO - especialista da ciência do vinho e da vinificação. Certas praticas enológicas não podem ser efetuadas sem a presença e controle de um enólogo.
  EQUILÍBRIO - relação harmoniosa entre ácidos, álcool, fruta, tanino e outros elementos naturais encontrados no vinho. Nenhum deles deve ser dominante.
  FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA - processo bioquímico pelo qual leveduras convertem o açúcar (glicose, frutose) em álcool e gás carbônico. Transforma suco de uva em vinho.
  FERMENTAÇÃO MALOLÁTICA - fermentação secundária que ocorre com a maioria dos vinhos, convertendo ácido málico em lático para reduzir a acidez total.
  FOXADO - característica aromática de cepas americanas, como Isabel, Taylor e Clinton, causada por antranilato de metila. Os vinhos são desagradáveis e de conservação difícil.
  GOSTO DE ROLHA - um substância chamada TCA transmite aleatoriamente à alguns vinhos um gosto de mofo permanente através da rolha. È o chamado vinho "bouchonné".
  JEREZ - também Sherry e Xérès. Vinho fortificado produzido em Andaluzia na Espanha, nos estilos Fino, Manzanilla, Amontillado, Oloroso, Palo Cortado e Cream.
  LÁGRIMAS - ou "pernas" que escorrem na parede dos copos depois de beber, resultam da diferença da velocidade de evaporação entre a água e o álcool.
  LATE HARVEST - essa expressão no rótulo indica um vinho feito com uvas colhidas tardiamente, com alto teor de açúcar. Normalmente um vinho de sobremesa.
  LEVEDURAS - micro organismos que produzem enzimas responsáveis pela fermentação, convertendo o açúcar em álcool.
  MACERAÇÃO - durante a fermentação, o contato das cascas e sólidos com o vinho, onde o álcool age como um solvente para extrair a cor, taninos e aroma das cascas.
  MACERAÇÃO CARBÔNICA - fermentação das uvas tintas inteiras, não prensadas, numa atmosfera de dióxido de carbono (exemplo: Beaujolais Nouveau)
  MERITAGE - termo criado na Califórnia para identificar vinhos tintos no estilo Bordeaux e brancos não varietais.
  MÉTODO CHAMPENOISE - processo no qual o vinho base sofre a segunda fermentação na própria garrafa para formar as borbulhas. É o único método utilizado em Champagne.
  MÉTODO CHARMAT - processo de produzir vinhos espumantes com a segunda fermentação feita em tanques pressurizados.
  MÉTODO CLASSICO - ou tradicional. Termos para identificar espumantes elaborados pelo Método Champenoise fora da região de Champagne.
  PH - medida química para determinar acidez/alcalinidade. Nos vinhos, a relação deve se situar dentro de valores desejáveis.
  PHYLLOXERA - um pulgão que ataca as raízes das videiras. Causou a devastação mundial das vinhas no final do século 19.
  PREMIER CRU - designação dos Châteaux Lafite, Haut-Brion, Latour, Margaux e Mouton na classificação de Médoc de 1855 (revista em 1973 para incluir o Château Mouton).
  QUALITÄTESWEIN - (QbA) - categoria de vinho alemão elaborado com uvas de uma das treze regiões e suficientemente maduras para que tenham o estilo desejado.
  QUALITÄTESWEIN MIT PRÄDIKAT - (QmP) - a mais alta categoria de vinhos alemães, contendo cinco atributos em ordem ascendente de maturação das uvas na colheita.
  QUINTA - propriedade produtora de vinhos em Portugal.
  RECIOTO - vinho doce do Veneto produzido com uvas passificadas. O estilo seco é chamado Amarone.
  RETROGOSTO - identifica o aroma e sabor deixado pelo vinho na boca após ser engolido. Grandes vinhos têm retrogosto rico, complexo e prolongado.
  RIPASSO - vinho refermentado nos sedimentos de um vinho Recioto.
  RISERVA- ou Riserva Speciale - vinhos italianos DOC maturados por um número obrigatório de anos. São vinhos de qualidade superior.
  SEKT - vinho espumante alemão.
  SÉLECTION DE GRAINS NOBLES - SGN - menção que pode ser indicada nas garrafas de certas apelações. Significa uvas selecionadas com botrytis para vinhos de sobremesa.
  TANINO - substância natural encontrada no vinho, essencial para a estrutura dos tintos. É derivado principalmente das cascas, sementes e engaços. Tem um sabor adstringente.
  TERROIR - meio ambiente com características próprias para produzir vinhos originais e de qualidade. Constitui um dos fundamentos dos sistemas de denominação de origem.
  VDN - Vin Doux Naturel - vinho doce, fortificado com adição de aguardente vínica. Sua riqueza inicial de açúcar deve ser pelo menos igual à 252 gramas por litro.
  VENDANGES TARDIVES - VT - expressão prevista para certos vinhos, principalmente da Alsácia, com riqueza de açúcar natural.
  VIN DE PAYS - um estilo de vinho regional. Uma categoria acima de Vin de Table.
  VIN DE TABLE - a menor categoria dos vinhos franceses. A tradução literal como Vinho de Mesa, tem o mesmo significado em outros países.
  VINHO DO PORTO - o vinho fortificado mais renomado do mundo. Produzido nos estilos Ruby, Tawny (básico, com idade e colheita), LBV, Vintage Character e Vintage.
  VINHO FORTIFICADO - denota um vinho que teve seu teor alcoólico aumentado pela adição de aguardente vínica (exemplos: Vinho do Porto, Jerez, Madeira, VDN).
  VINHO VARIETAL - vinho identificado com o nome da variedade da uva no rótulo. É preciso que exista um mínimo dessa uva, normalmente 75% na maioria dos países.
  VINTAGE - vinho de um determinado ano. Pode também significar Colheita. O Porto Vintage é o estilo mais raro e caro desse vinho fortificado do Douro.
  VITIS VINIFERA - espécie botânica de uvas destinadas à produção de vinhos de qualidade, com milhares de variedades. Na pratica, são utilizadas cerca de cinqüenta. É o nome científico das vinhas européias.



QUEM FOI DIONISO



DIONISO foi especificamente deus do vinho, das festas, do lazer, do prazer, do pão e mais amplamente da vegetação, um dos mais importantes entre os gregos e o único deus filho de uma mortal. Seu culto deve ter vindo da Trácia, Lídia ou Frígia para a Grécia aproximadamente no oitavo século a.C. e onde inicialmente com sua forma de touro, freqüentemente liderava as Maenads barulhentas, bacantes, sátiros, ninfas e outras figuras disfarçadas para os bosques. Eles dançavam, esquartejavam animais e comiam suas carnes cruas, em um ritual que originalmente nada tinha a ver com o vinho. Outro animal cuja forma era assumida por ele era o cabrito. Isso porque para salvá-lo do ódio de Hera, seu pai, Zeus, o transformou nesse animal e quando os deuses fugiram para o Egito para escapar da fúria de Tifon, foi transformado em um bode. Assim, seus adoradores cortavam em pedaços um bode vivo e o devoravam cru, acreditando estar comendo a carne e bebendo o sangue do deus, se estabeleceu inicialmente com muitas restrições, principalmente da aristocracia. Apenas gradualmente é que foram os componentes licenciosos e fálicos do culto moderados, de forma que tomou um lugar seguro na religião dos gregos, inclusive é observado que Homero não o citou como um dos grandes deuses olímpicos. Era filho de Zeus e da princesa Sêmele, filha de Cadmo e Harmonia. Descoberta mais uma traição de Zeus, a sua enciumada esposa Hera disfarçou-se de Beroe e convenceu Sêmele de que ela deveria pedir uma prova de que seu amante era realmente Zeus. Ela dirigiu-se ao amante e ele prometeu que qualquer coisa que ela pedisse lhe seria atendido. Porém ela, como mortal, selou seu destino quando pediu ao seu amante, caso ele fosse o verdadeiro Zeus, que viesse ter com ela vestido em todo seu esplendor, tal como andaria no Olimpo. Como era um juramento divino, Zeus lançou-se ao alto, juntou as névoas obedientes e as nuvens de tempestade, relâmpagos, ventos e trovões, e o corpo mortal de Sêmele não foi capaz de suportar todo aquela carga de energia celestial e ela foi queimada até as cinzas. Seu bebê, ainda incompleto, saiu do útero de sua mãe, e alojou-se na coxa de seu pai, até que se completasse a sua gestação e depois o pai enviou o bebê para ser criado pelo casal Ino, sua tia, e Atamas. Entretanto, Hera descobriu que o bebê havia nascido e que estava sendo criado escondido dela e, indignada, levou Atamas à loucura. Atamas caçou o próprio filho, Learcus, como se fosse um veado, matando-o, e Ino, para livrar seu outro filho, Melicertes, da loucura do pai, o atirou ao mar, onde foi transformado no deus do mar Palaemon, em homenagem a quem Sísifoinstituiu os jogos do Istmo. Finalmente, Zeus iludiu Hera transformando-o em um cabrito, e Hermes o levou para ser criado pelas ninfas de Nisa, na Ásia, quem Zeus posteriormente transformou em estrelas, dando-lhes o nome de Híades. Quando ele cresceu, descobriu a videira e também a maneira de extrair da fruta o seu suco e transformá-lo em vinho e passou a ensinar a cultura da uva. Ele foi o primeiro a plantar e cultivar as parreiras, a poda dos seus galhos e o fabrico da bebida e assim o povo passou a cultuá-lo como deus do vinho. Ensinando sua arte o deus vagou pela Ásia e foi até a Índia, chegou até Cibela, na Frígia, onde a deusa Réia, mãe dos deuses, o purificou e o ensinou os ritos de iniciação e, então, se dirigiu à Trácia. Na sua volta à Grécia, puniu quem se interpôs em seu caminho e triunfou sobre seus inimigos além de se salvar dos perigos que Hera estava sempre colocava em seu caminho e instituiu seu próprio culto. Mais tarde ele resgatou a mãe Sêmele dos ínferos e a levou ao Olimpo, onde Zeus a transformou em deusa. Nas lendas romanas, tornou-se Baco, que se transformou em leão para lutar e devorar os gigantes que escalavam o céu e depois foi considerado por Zeus como o mais poderoso dos deuses. Mais tarde, seu culto se tornou tão difundido que veio a ser cultuado em um momento histórico particular, até mesmo em Delfos, o santuário-chefe de Apolo. Nos festivais realizados em sua homenagem, que eram basicamente festas da primavera e do vinho, também foi acrescentadas performances dramáticas, especialmente em Atenas, de forma que seu culto pode ser visto ligado ao gênero dramático. Em geral é representado sob a forma de um jovem imberbe, risonho e festivo, de longa cabeleira loira e flutuante, tendo, em uma das mãos, um cacho de uvas ou uma taça, e, na outra, um dardo enfeitado com folhagens e fitas. Também aparece com o corpo coberto com um manto de pele de leão ou de leopardo, com uma coroa de pâmpanos na cabeça e dirigindo um carro puxado por leões. Suas seguidoras embriagadas eram chamadas de bacantes e é considerado também o deus protetor do teatro. Em sua honra promoviam-se festas dionisíacas e os ditirambos, que nas origens do teatro grego eram uma espécie de canto coral constituído de uma parte narrativa, recitada pelo cantor principal, ou corifeu, e de outra propriamente coral, executada por personagens vestidos de faunos e sátiros, considerados companheiros desse deus.

Curiosidade



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